O advogado e ex-senador Nelson Wedekin participou na noite desta segunda-feira, na Seccional da OAB/SC, de palestra comemorativa ao Mês do Advogado. Wedekin falou sobre sua trajetória de militância política e narrou fatos relacionados ao período da ditadura militar no País.
Segundo o ex-senador, que também formou-se em Jornalismo, os primeiros anos após o golpe de 64 se caracterizaram "por uma violência menos física, e mais intimidatória, um processo sutil, mas eficaz". Ele disse, porém, que a operação conhecida como Barriga Verde, em 1975, que prendeu 42 militantes comunistas no Estado, inaugurou um novo momento do regime em SC. "Um período sombrio, de tortura e violência física e psicológica. Um período que merece ser melhor estudado, onde as pessoas simplesmente sumiam".
Wedekin lembrou de ex-companheiros de lutas, como o ex-deputado Roberto Motta, que ele garante ter falecido precocemente, em virtude de sequelas das torturas que sofreu durante a prisão. Destacou também o papel crucial de líderes como Dom Afonso Niehues, da Comissão de Justiça e Paz. "Uma pessoa discreta, mas que teve fundamental importância na defesa dos presos". Para o ex-senador, a Novembrada, manifestação contra a ditadura que resultou na prisão dos manifestantes durante visita do ex-presidente João Figueiredo a Florianópolis, "foi um episódio mais político, num momento de ditadura já enfraquecida".
Advogados, jornalistas, políticos e ex-companheiros de militância do ex-senador, participaram da palestra na sede da OAB/SC, aberta pelo vice-presidente Marcus Antônio Luiz da Silva, também presidente da Comissão da Verdade e da Comissão de Direitos Humanos da entidade. O Mês do Advogado prossegue nesta terça-feira, com a palestra "Responsabilidade por Acidente do Trabalho", com o juiz Alexandre Luiz Ramos.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC



