A tradição das empresas familiares está ameaçada: hoje, no mundo, 66% das empresas familiares quebram antes da segunda geração tomar a frente da organização. O índice é alto e preocupa, mas acordos entre acionistas são bons instrumentos para ajudar na perpetuação das corporações. A proteção patrimonial e planejamento tributário e sucessório são os temas da palestra que o advogado especialista em Direito Tributário, Felipe Lückmann Fabro, fará nesta quarta-feira (29), às 19h, na sala de aula da ESA, na sede da OAB/SC.
Segundo Fabro, muitos são os motivos que colaboram para o fim de uma empresa familiar, mas um dos principais envolve a relação societária estabelecida depois que o fundador não está mais presente. É preciso preparar o ambiente de negócio para quando ele vai embora e criar regras específicas e regulamentar situações que consigam manter o negócio de pé em detrimento dos interesses dos filhos – como a distribuição de renda aos sócios e os quóruns diferentes para determinadas decisões. Sem isso, o conflito é iminente, principalmente se há mais de uma família envolvida. “O fundador é aquela pessoa que escolheu e desejou a atividade que criou. Mas quando deixa isso aos herdeiros, por questões sanguíneas e genéticas, nem sempre essa vontade tem a mesma força e, em consequência, a mesma continuidade”, explica o advogado, que também é consultor externo e bacharel em Relações Internacionais.
Este tipo de situação surge pela falta de uma cultura empresarial. É importante, segundo Fabro, agir antes e aproveitar a experiência deste fundador para liderar o processo de sucessão e criar espaços sustentáveis aos herdeiros do negócio. “Por muito tempo, a preocupação das famílias era com o fisco e com a redução da carga tributária na hora de passar a empresa dos pais para os filhos. É importante sim protegê-la com planejamento, mas mais importante do que isso é pensar na gestão desta organização”, ensina. O advogado precisa induzir e ajudar nesse processo”, explica.
Assessoria de Comunicação da OAB/SC